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SAMUEL PENIDO
Samuel Araujo Penido nasceu em Oliveira, Minas Gerais, Brasil, no dia 15/09/1934.
Formado em Direito, exerceu a função de Avaliador da Justiça do Trabalho.
Poeta, contista, cronista, teatrólogo e crítico. Publicou os seguintes livros de poesias: A Difícil Messe, 1963; Hora Selva, do mesmo ano; Da Solidão e da Comunhão, 1967; Lubelis, 1973; Caos, Nostalgia e Lances, 1978 (Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras); Cantos da Metrópole, 1984; A Noite Brilha, 1990; Um Homem e Suas Sombras, 2002.
Presidiu o Clube de Poesia de São Paulo, onde instituiu o prêmio Cassiano Ricardo, de Poesia.
Foi secretário-geral da União Brasileira de Escritores.
Faleceu em São Paulo, SP, no dia 26/5/2006, aos 71 anos de idade.
REVISTA DE POESIA E CRÍTICA – Ano VI No. 8 – Brasília 1982. Diretor responsável: José Jezer de Oliveira.
Ex. bibl. Antonio Miranda
O LAR
O lar, pedra lisa
espaçosa
que abríamos
de par em par.
Um leito apenas
onde rolávamos
e adormecíamos.
E riso e choro
jamais adiados.
A mesa posta
sobre a fome
de toda hora,
mesa e fome
gêmeas
mais que corpóreas.
Nós, seres domésticos,
colados a móveis e paredes.
E o lar se erguendo, novo ser.
MANSARDA
Mansarda,
mínima geografia
onde me estabeleço.
Teus acidentes
a mim pertencem
não a ti
que me confinas.
Além de ti
pouco vejo:
uns fiapos de sol
que me incitam
a périplos
infinitos.
Tanto me basta
para conjurar
o escuro, seus ritos
agônicos.
SÓ RAÍZES NOS HABITAM
Água viva
de um tempo imóvel.
Como te salvar ?
Um vento selvagem
arrasa superfícies.
Em tempo selvagem
só raízes nos habitam.
Água viva!
E esta sede
amarga, latejante.
Em ti me banhei
e te engoli
como náufrago.
E de novo, em mim, te amotinas.
*
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Página publicada em abril de 2021.
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